
A mobilização dos agricultores por renegociações das dívidas no norte do Estado completou um mês nesta sexta-feira (13). O pedido é por securitização das dívidas rurais agravadas pela estiagem que atingiu o RS e causou prejuízos à safra de verão. Nesta sexta, há protestos em Tio Hugo e Lagoa Vermelha.
Em Tio Hugo, a concentração segue na RS-153. Produtores de 20 cidades devem se concentrar no local nesta sexta, com ato até as 17h. O trânsito é interrompido a cada 30 minutos, com bloqueios por 10 minutos.
— Não estamos pedindo perdão das dívidas, queremos um prazo maior com juros compatíveis com a realidade, de 3% ou 5%. Não temos mais como seguir em atividade sem a aprovação desse projeto. A situação é gravíssima e precisamos desse atendimento de socorro pelo governo federal — disse um dos produtores mobilizados, Diemerson Aciel Borghardt.
Também há mobilização em Lagoa Vermelha, no trevo da BR-285 que dá o à Sananduva. Agricultores de oito cidades da região estão presentes no local, com máquinas agrícolas e cartazes. Neste ponto não há previsão de bloqueio do trânsito.
Prorrogação dos vencimentos foi confirmada
Em 29 de maio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a prorrogação dos vencimentos das parcelas de financiamentos para custeio e investimentos de produtores do Rio Grande do Sul no âmbito do Plano Safra. A medida havia sido aprovada pelo governo federal após meses de negociação.
Com a medida, o prazo para pagamento das operações de custeio prorrogadas poderá ocorrer em até três anos e as parcelas de investimento com vencimento em 2025 poderão ser prorrogadas para até um ano após o vencimento contratual.
No entanto, para aderir à facilitação, os agricultores precisarão comprovar as perdas sofridas. O atestado precisa apontar a relação entre o que foi plantado, o que foi colhido e a capacidade de pagamento.
Segundo os produtores, a medida ameniza, porém, não resolve a situação, uma vez que as perdas no campo por causas climáticas se acumulam há alguns anos. Por isso, os protestos continuam.
A reportagem de GZH o Fundo entrou em contato como Ministério da Agricultura e Pecuária, mas até o momento não recebeu retorno. O espaço segue aberto.